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CONFRONTO ENTRE CIVIS E MILITARES DEIXA 3.000 MORTOS

Revoltosos são contidos violentamente pelas tropas do Estado


Templo de Jerusalém
  A paz voltou a reinar em Jerusalém     
JERUSALÉM - A indefinição política em que Israel mergulhou desde a morte de Herodes causou confusões na capital. Alguns grupos que antes eram mantidos sob controle vieram agora cobrar o cumprimento de compromissos assumidos pelo governo anterior. Enquanto Ântipas viaja para Roma em busca do apoio de César para assumir o trono, o povo e os militares apelaram ao príncipe Arquelau para que resolvesse a questão como governante interino.


Os sediciosos estavam acampados no entorno do Templo, e tentavam convencer ao povo a um levante contra a família real. A proximidade da Pessach tem trazido muitas pessoas de todas as regiões da Palestina para as festividades e muitos se deixaram envolver pelos argumentos hostis ao governo engrossando as fileiras dos insatisfeitos. Arquelau enviou um pequeno grupo diplomático para discutir as reivindicações dos amotinados. No entanto eles foram rechaçados violentamente, exigindo uma resposta mais firme do Estado.

Sem outra alternativa, Arquelau enviou então suas tropas armadas para conter os amotinados que se entrincheiraram nos pátios do Templo . Houve um violento confronto resultando na morte de centenas de civis pelo Exército. Enquanto os números oficiais falam em cerca de trezentos mortos há relatos de que este número possa ultrapassar a casa dos milhares. Muitos dos revoltosos abandonaram suas famílias e fugiram para as montanhas de modo que não há como se ter uma estimativa concreta. O fato é que a rebelião foi debelada e a paz voltou a reinar na cidade.

Embora a oposição não o faça abertamente por medo de represálias, os poucos que ousam falar a respeito manifestam repúdio a ação, alegando o uso de força desproporcional contra cidadãos supostamente desarmados, havendo mesmo a ameaça velada de irem em comitiva até Roma apresentar queixa contra Arquelau. Em nota oficial no entanto o príncipe, na condição de governante interino, elogiou seus oficiais pela maneira como desempenharam seu papel na "legítima defesa do Estado", lembrando que havia esgotado todas as alternativas das vias pacíficas e que apenas reagiu à ação violenta dos amotinados. O povo de uma maneira geral parece apoiar as ações do governo neste caso. A popularidade de Arquelau continua em alta e há um clamor nas ruas para que seja ele o escolhido de César para assumir o trono.

Comentários

  1. Isso não é irrelevante, israel é um estado que deveria ser vigiado constantemente, para não matar e humilhar o povo Palestino.

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  2. Eu lhe peço mil desculpas. Compreendo seu ponto de vista.

    Mas se você prestar atenção notará que o caso noticiado aqui aconteceu há mais de 2000 anos, pouco depois da morte de Herodes o Grande.

    Eu lhe convido a ler as páginas "Túnel do Tempo" e "Calendário" disponíveis nas abas acima para melhor compreender a intenção deste jornal.

    Obrigado por participar.

    ResponderExcluir

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