. > Pular para o conteúdo principal

O SINÉDRIO E A DANÇA DAS CADEIRAS

    Vivemos recentemente uma reconfiguração na hierarquia do poder entre os partidos políticos e religiosos que compõem a mais Alta Corte do Judiciário e da Administração Pública desde que Arquelau foi deposto e foi nomeado no lugar dele um Governador Romano sobre as províncias da Judeia, enquanto Herodes consolida seu programa de Governo sobre a Galileia. Nosso repórter fez um levantamento geral sobre a composição atual do Sinédrio para que nossos leitores não se percam.

Sinédrio


O Partido dos Fariseus vem formando maioria no Sínédrio a partir da eleição de novos membros oriundos das Escolas de Hillel e Shammai, mas principalmente por sua política de aproximação diplomática com o Governo Romano e os representantes do Império desde que Arquelau foi deposto, bem como pela promoção de uma maior interlocução entre a sede da administração pública em Jerusalém e o Governo da Galileia na figura de Herodes Ântipas. Esta política de alianças seguem a firmes convicção religiosa de que tudo o que acontece nos limites do Estado de Israel está nos planos de D'eus e tem encontrado forte apoio popular que se reflete na formação cada vez maior de uma base de sustentação política forte.


Em seguida vem o Partido dos Saduceus, que já foram a principal força de influência política no Sinédrio, mas perderam lugar por sua política de neutralidade em relação à configuração do poder secular dando ênfase às preocupações de gerência interna voltadas para o bem estar espiritual e social do povo que, segundo defendem, é a principal força de coesão da nação israelita desde sua formação. Para eles não importa quem esteja no poder Executivo, desde que as bases de sustentação jurídicas estejam arraigadas no exercício pleno das diretrizes estabelecidas na Lei dos Hebreus promulgadas por Moisés. Consideram a política ostensiva de alianças promovidas pelos Fariseus uma atitude temerária, mas aceitam o argumento de que a vontade de D'eus está dirigindo os acontecimentos.


O Partido dos Zelotes vêm em terceiro lugar, embora seja a mais antiga organização política e religiosa do Estado de Israel desde o seu restabelecimento a partir do retorno de Babilônia. Sua política beligerante e de resistência em relação às políticas de expansão do Império Romano tem perdido cada vez mais o apoio popular pela percepção de que hoje, sob o Governo Romano, estamos muito melhores e temos mais liberdade do que tínhamos há 40 ou 50 anos enquanto experimentamos um período de maior prosperidade.


Por último mas não menos importantes temos o Partido dos Essênios, considerados por muitos os guardiões das Escrituras Sagradas no sentido material devido à imensa biblioteca que este grupo administra, formada ao longo dos séculos contando com o suporte de nossos principais Escribas. É aos Essênios que recorrem os demais membros do Sinédrio em busca de apoio, quando uma questão está no âmbito da aplicação literal da Lei e não lhe cabe qualquer interpretação, situação cada vez mais rara em nossos tempos, desde o surgimento das Casas de Estudo das Escrituras criadas por Hillel e Shammai.


Esta seria a composição dos principais grupos que compõem a estrutura do poder político e religioso que gere e orienta a vida de todos os hebreus e prosélitos dentro do território de Israel nos tempos atuais.


(Para informações adicionais, clique nas palavras destacadas em verde e siga os links.)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A ESCOLA DE GAMALIEL

JERUSALÉM - Neste ano de 3.787 * em que relembramos os 18 anos da morte do Rabino Hillel , nosso correspondente em Jerusalém conseguiu uma entrevista exclusiva com seu neto, herdeiro das tradições da Escola de Formação do Ensino Superior fundada por seu avô e um dos principais conselheiros no Sinédrio, o respeitado Raban Gamaliel . Foi uma conversa animada onde nosso Grão Mestre não se furtou a responder sobre os planos da Escola para o futuro, abordando até mesmo assuntos espinhosos como a política entre outros. Vamos à entrevista.

HOSANA, SALVEM O REI DOS JUDEUS

Como previsto, Arquelau assume o trono de Israel Conforme antecipado aqui, Herodes Ântipas apelou a César em busca de apoio para que fosse respeitado o testamento de Herodes Magno que lhe conferia o direito sucessório. No entanto para surpresa de todos a justiça romana acatou o último testamento apresentado pela corte de Israel onde Magno mudava sua vontade, passando a sucessão a Arquelau. De modo que Arquelau foi nomeado rei da região chamada de Judeia, que abrange também a Samaria, e onde está o trono de Jerusalém e o Templo.  Saúdem pois Arquelau, o rei de Israel.