JERUSAÉM - Em virtude das diversas reclamações contra a presença dos mercadores e cambistas no Templo em Jerusalém devido, segundo afirmam, "à sujeira e a balbúrdia nos corredores de acesso" pedimos aos representantes do Sindicato dos Mercadores que prestassem esclarecimento para que pudéssemos repassar à população, no que fomos gentilmente atendidos por carta. Seguem as explicações conforme recebidas na íntegra.
SINDICATO DOS MERCADORES E CAMBISTAS
DO TEMPLO EM JERUSALÉM
Esclarecimento à população
O Sindicato dos Mercadores vem informar que tem suas atividades devidamente autorizadas, regulamentadas e fiscalizadas pelos membros do Supremo Tribunal do Sinédrio, com o objetivo de oferecer aos frequentadores do Templo o melhor serviço possível.
Prestamos um serviço inestimável principalmente aos que moram em cidades distantes da capital, que são obrigados por Lei a comparecer ao Templo pelo menos uma vez ao ano para apresentar suas homenagens e ofertas por ocasião da celebração da Pessach e das festividades que se estendem por toda a semana naquele mês.
Todos devem se lembrar das dificuldades que passavam nossos antepassados tendo de viajar por vários dias transportando seu gado, ovelhas e cabritos em longas jornadas, muitas vezes chegando com os animais em tão mal estado que acontecia de sequer serem aceitos para o sacrifício. Fora a dificuldade logística de se abrigar tantos animais na cidade enquanto aguardavam sua vez de serem imolados. A "sujeira e a balbúrdia" da qual alguns reclamam não é nada perto da algazarra que tomava a cidade inteira.
Foi pensando na melhor solução que os Doutores e Membros do Sinédrio criaram o arranjo de oferecer para compra aqui mesmo na cidade animais selecionados em condições de serem ofertados sem o risco de serem rejeitados pelos Sacerdotes, uma vez que são acompanhados de um certificado de idoneidade assinado pelos Principais Membros da mais alta corte do país.
Ocorreu que farsantes e golpistas passaram a se aproveitar do arranjo para oferecerem pelas ruas animais sem garantia de procedência, muitas vezes até doentes e com certificados falsos, se aproveitando da boa fé do povo. Como consequência houve um aumento no índice de rejeição de ofertas e muitos ficavam inadimplentes para com suas obrigações religiosas.
Para solucionar mais este problema o Sinédrio decidiu reservar uma área dentro dos acessos ao Templo e comissionar mercadores cadastrados para que se pudesse ter maior comodidade e economia de tempo na hora de trocar o dinheiro por animais devidamente certificados.
Lembramos que é terminantemente proibida a compra de animais para oferta fora dos lugares legalmente estabelecidos uma vez que este arranjo é uma concessão especial do Judiciário e deve seguir estritamente as condições por eles determinadas e qualquer desvio será considerado uma afronta grave.
Quanto a presença dos cambistas, eles se fazem necessários devido à grande circulação de moedas romanas em nossa comunidade que trazem esculpidas em suas faces a efígie do Imperador e inscrições que fazem alusão à sua suposta divindade entre os pagãos.
Não é correto do ponto de vista dos Membros do Sinédrio que estas moedas pagãs sejam ofertadas ao Templo e depositadas nos vasos de coleta voluntária. Por isso a presença dos cambistas autorizados, para trocar o dinheiro romano pelo nosso que é aceitável e aprovado pelos Sacerdotes.
O valor do câmbio é estabelecido pelos Magistrados e os preços estão afixados em todos os corredores de acesso e em lugares estratégicos do Pátio.
Qualquer reclamação deve ser levada diretamente a um dos membros do Sinédrio, constando o nome completo da família e o lugar onde possam ser encontrados para que as medidas cabíveis possam ser tomadas.
Esperando sinceramente que todas as dúvidas tenham sido esclarecidas nos despedimos, atenciosamente.
O SINDICATO.
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