Ouça a Narração
Bem vindo. Vamos falar do Papel da Igreja Católica.
"Paulo, tem ânimo; porque, como de mim testificaste em Jerusalém, assim importa que testifiques também em Roma." Atos 23 11.
Durante a comemoração do Pentecostes do ano 33-34 de nossa era, em Jerusalém, muitos judeus e prosélitos que vieram de diversas partes do mundo para a festividade obrigatória do calendário judaico se converteram à Seita dos Nazarenos.
"Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Asia, Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, Cretenses e árabes ... De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas." Atos dos Apóstolos cap. 2, vers. 9 a 41.
Após a festividade, os recém convertidos retornaram aos seus países e cidades de origem onde fundaram igrejas (lugares de reunião *) para continuarem seus estudos sobre a boa nova e para edificação mútua.
Muitas dessas igrejas tiveram os nomes citados por Paulo em suas cartas apostólicas e também na Apocalipse do Apóstolo João.
Aconteceu que, na medida em que o movimento dos nazarenos cresceu e mais pessoas, agora também entre os gentios de várias nações, se juntaram a eles, o Império Romano se sentiu ameaçado, devido a propaganda da crença em um certo Rei de origem judaica a quem chamavam Cristo, ao qual os convertidos deviam sua obediência.
Iniciou-se por parte do Império uma ação de perseguição violenta contra os cristãos, como eram chamados pelos romanos, e muitos deles, talvez milhares, foram perseguidos, presos, torturados e mortos.
De modo que, das várias igrejas citadas nas cartas apostólicas, somente a igreja de Roma permaneceu, tornando-se uma das maiores representantes do cristianismo até os dias de hoje.
Praticamente todas as diferentes vertentes atuais do cristianismo, tal como o conhecemos, derivaram da Igreja Católica Romana, que teve de se adequar e fazer concessões ao Império para permanecer viva.
A doutrina dos Nazarenos provavelmente seria extinta, sufocada pela força descomunal do Estado, e hoje não passaria de objeto de curiosidade baseado em registros históricos dispersos por fragmentos de pergaminho, como aconteceu com todas as outras igrejas perseguidas e destruídas pelo Império, das quais quase não se ouvem falar.
Ainda que haja muitas críticas às motivações dos gentios que se tornaram líderes na igreja de Roma, na maioria das vezes justificadas, a verdade é que por caminhos tortuosos, nem sempre elogiáveis, a igreja de Roma manteve viva ao longo dos séculos a memória de Jesus Cristo, o humilde carpinteiro de um pequeno vilarejo encravado na Galileia.
Se hoje se discutem as doutrinas do cristianismo, muito se deve a resiliência da Igreja Católica Romana.
A igreja originalmente fundada sem grandes pretensões por judeus e prosélitos em Roma, inadvertidamente passou a personificar a grande rede de pesca que Jesus preconizara em uma de suas parábolas.
E muitos cristãos hão de ver nesta página da história a divina providência, o espírito de Deus, agindo pela preservação do nome de seu Filho pela eternidade, ainda que por linhas que a muitos pareçam tortuosas.
* Nota: Hoje se pedirmos a alguém que desenhe uma Igreja, ela provavelmente fará um prédio com uma cruz em cima. Originalmente a palavra "ecclesia" traduzia "sinagogeh" do hebraico, que significa a reunião de pessoas em assembleia para uma finalidade específica.
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